Page 9 - Conceitos Básicos e Estratégia
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1 - INTRODUÇÃO
                        O  presente  documento  estabelece  a  base  conceitual  e  a  estratégia  relativas  à
                  criação, à implantação e ao pleno funcionamento de um Centro de Excelência (CE) para
                  as atividades desenvolvidas no Mar Brasileiro, como um todo – o “Centro de Excelência
                  para o Mar Brasileiro” (Cembra).

                        Para tal, é importante qualificar, inicialmente, em que consiste o “Mar Brasileiro”
                  e  a  relevância  do  ambiente  em  que  se  pretende  sejam  conduzidos  os  estudos,  os
                  projetos e os desenvolvimentos correlatos.

                        Na  sequência,  será  exposta  a  metodologia  utilizada,  o  modelo  conceitual  do
                  Cembra. No contexto, destacar-se-ão “Parceiros Estratégicos” – aqueles já integrados
                  ao Centro de Excelência e outros, em caráter potencial –, para o desenvolvimento dos
                  trabalhos do Centro. Finalmente, será apresentada a estratégia adotada e a adotar,
                  em  função de  cada  etapa,  para que  o  pleno funcionamento  do Centro  ocorresse  da
                  forma  mais  eficaz  possível.  A  partir  da  aprovação  de  um  Plano  Estratégico
                  Organizacional (PEO) para o Cembra, em junho de 2018, a  estratégia passou a levá-lo
                  em consideração.

                  2 – A ÁREA DE ATUAÇÃO DO CEMBRA
                        A área de atuação do Cembra – o Mar Brasileiro – tem sido, de uns tempos para
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                  cá,  denominada  “Amazônia  Azul” ,  expressão  (criada  em  referência  à  Amazônia
                  “Verde”), já incorporada pelos que têm interesses no mar, em nosso país. Diz respeito à
                  região  oceânica  onde  o  Brasil  detém  direitos  de  soberania  ou  jurisdição,  conforme
                  estabelecido na Convenção das Nações Unidas sobre o Direito do Mar (CNUDM).

                        A extensão de tal área é do perfeito conhecimento do País, após a realização do
                  Plano  de  Levantamento  da  Plataforma  Continental  Brasileira  (Leplac),  sob  a
                  responsabilidade  da  Comissão  Interministerial  para  os  Recursos  do  Mar  (Cirm).  Tal
                  levantamento terminou em 2004 e foi retomado posteriormente, para a obtenção de
                  subsídios técnico-científicos necessários ao convencimento, pela Comissão de Limites
                  da Plataforma Continental (CLPC), da ONU, de nosso direito sobre uma área de cerca
                  de 200 mil km², não reconhecida por aquela comissão após a apresentação da primeira
                  proposta  brasileira.  A  citada  proposta  pleiteou  cerca  de  965  mil  km²,  além  da  Zona
                  Econômica Exclusiva (ZEE) (que se estende até as 200 milhas da costa). Pelos resultados
                  obtidos,  a  ZEE,  no  caso  brasileiro,  tem  uma  área  de  3.539.919  km².  Assim,  a  área
                  marítima total reivindicada foi de cerca de 4.500.000 km², onde o Brasil, nos termos da
                  CNUDM, poderá exercer direitos de soberania ou jurisdição, dependendo da situação,
                  no que  respeita  à exploração e  ao  aproveitamento dos  recursos  naturais. Essa área
                  marítima corresponde a pouco mais da metade da área continental, de 8.511.996 km² .



                  1 A  marca  “Amazônia  Azul”,  cunhada  pela  Marinha,  foi  por  ela  registrada  no  Instituto  Nacional  de
                  Propriedade Industrial (Inpi)




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