Page 14 - Conceitos Básicos e Estratégia
P. 14

em 2008. De acordo com tal entendimento, durante oito anos, as entidades civis de

                  pesquisa  oceanográfica  disporão  de  80  dias  de  mar/ano  para  suas  atividades
                  exclusivas.  Um  comitê  científico  selecionou  as  demandas  apresentadas  pela

                  comunidade. Outro se refere à incorporação, no início de 2010, do Aviso de Pesquisa

                  “Aspirante Moura”, adquirido pela Marinha em parceria com o mesmo Ministério, e

                  subordinado  ao  Instituto  de  Estudos  do  Mar  Almirante  Paulo  Moreira  (IEAPM).  O
                  “Cruzeiro  do  Sul”  e  o  “Aspirante  Moura”  funcionam  como  “Laboratórios  Nacionais

                  Embarcados”, o que significa que desenvolvem pesquisas de interesse da Marinha e da

                  comunidade oceanográfica nacional.


                        A  oceanografia  brasileira  ganhou  mais  alento  com  a  obtenção  de  dois  navios

                  adquiridos  pela  Fundação  de  Amparo  à  Pesquisa  de  São  Paulo  (Fapesp)  para  a
                  Universidade  de  São  Paulo  (USP):  o  navio  oceanográfico  “Alpha  Crucis”,  e  o  navio

                  oceanográfico  “Alpha  Delphini”.  O  primeiro,  com  deslocamento  de  972  toneladas,

                  chegou  em  março  de  2012  ao  porto  de  Santos  para  substituir  o  “Professor  W.
                  Besnard”,  utilizado  de  1967  a  2008,  quando,  após  incêndio,  ficou  sem  condições

                  operacionais. O “Alpha Crucis” tem 64 metros de comprimento, capacidade para alojar

                  20 pessoas e autonomia de 40 dias. O “Alpha Delphini” tem autonomia de até 15 dias e

                  capacidade  de  pesquisa  intermediária  entre  as  pequenas  embarcações  e  os  navios

                  oceanográficos de maior porte.


                        A  obtenção  de  um  novo  navio  de  pesquisas  hidroceanográficas  (NPqHo),
                  classificado  entre  os  dez  melhores  do  mundo  –  o  “Vital  de  Oliveira”  –  representou

                  impulso  notável.  Com  78  metros,  acomodações  para  140  pessoas,  incluindo  até  50

                  pesquisadores, técnicos e estudantes e autonomia de 60 dias de mar, o navio é, sem
                  dúvida, o mais completo navio oceanográfico de que já dispôs o País (figura 3). Obtido

                  graças  a  uma  parceria  público-privada  entre  o  MCTIC,  a  Marinha,  a  Vale  S.  A.  e  a

                  Petrobrás,  foi  construído  na  China,  a  um  custo  de  R$  162  milhões.  Incorporado  à

                  Armada  em  2015,  passou  à  subordinação  do  Grupamento  de  Navios

                  Hidroceanográficos (GNHo)/DHN em 20 de março do mesmo ano.





                                                            8
   9   10   11   12   13   14   15   16   17   18   19