Page 16 - Conceitos Básicos e Estratégia
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mesma sistemática da primeira edição, agora sob responsabilidade do Cembra. E, a
partir daí, começaram a suceder-se, ao longo dos anos, as atualizações virtuais, por
capítulo, como já indicado. Na atualidade, estão em curso as providências iniciais
visando uma terceira edição da obra.
Nada mais coerente, portanto, no momento que, de forma muito resumida,
busca-se dar a dimensão da importância dos temas ligados ao mar, do que condensar
ou fazer empréstimos a trechos da referida obra virtual. (De fato, até para a
elaboração desta Introdução recorreu-se ao Capítulo virtual XV – Ciência, Tecnologia e
Inovação). Sugere-se que o leitor mais interessado em determinado assunto busque
ampliar o seu conhecimento no site indicado.
3.2– O mar como fonte de energia
3.2.1 – Petróleo extraído da plataforma continental
Historicamente, vale recordar que, em 1938, foi o Estado-Maior das Forças
Armadas quem primeiro apontou a necessidade de uma política para o petróleo,
propondo o monopólio estatal. No mesmo ano, Getúlio Vargas criou o Conselho
Nacional do Petróleo, restringindo o refino a empresas formadas por brasileiros natos.
Aproximadamente 15 anos após as primeiras descobertas na plataforma
continental, a Petrobras descobriu o seu primeiro campo gigante na região do talude
continental, na Bacia de Campos, em lâmina d'água maior do que 700 metros, abrindo
uma nova fronteira exploratória – o pré-sal – e um novo patamar tecnológico de
produção de hidrocarbonetos. A partir de 1984, com as descobertas dos campos
gigantes de Albacora e Marlim, nas águas profundas da Bacia de Campos, seguidos
pelos também gigantes Marlim Sul, Marlim Leste, Albacora Leste, Barracuda-Caratinga
e culminando com a descoberta de Roncador em 1996, a Companhia mudou de
patamar (figura 4). A evolução da produção média de petróleo e gás natural entre
1954 e 2015 é apresentada na figura 5.
O Brasil acumula mais de US$1 trilhão em reservas de petróleo apenas no pré-
sal. Em maio de 2019, bateu recorde de produção diária: quase 3,5 milhões de barris de
óleo equivalente, petróleo e gás igualados. Em 2019, a empresa situou-se entre as dez
maiores empresas petrolíferas do mundo. O feito é especialmente notável, haja vista a
séria crise por que passou a Petrobrás. Aliás, desde 2016, tornou-se a maior produtora
de petróleo da América Latina, superando Venezuela e México. Com isso, o valor da
empresa saltou de R$ 54 bilhões em 2002 para R$ 210 bilhões em 2016. A perspectiva
para a empresa é que, em 2030, com o aumento do nível de produção de petróleo do
pré-sal, estimado em 7 milhões de barris por dia, o Brasil poderá ultrapassar a
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